quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O guarda-Dor

"Ela disse:
- Para onde irá tudo que escrevemos e dizemos? tudo que imaginamos juntos?
(O que dizer ? Não sei onde começou e nem a onde irá, quando me apaixonei não pensei onde iria o que escrevesse sobre ela, só me apaixonei e os verbos se fizeram.)
Respondi:
- Para dentro de nós, amor, de nós. Tudo que fizemos ficará gravado em nós mesmos as frases apaixonadas quando o corpo maduro, o pensamento maduro serão ridículas, mas ainda sim: lindamente apaixonadas."

Hoje sofro as consequências de minhas descobertas. Tudo que imaginei, as frases, os poemas vêem nestas tardes chuvosas me assombrar com essa ausência feita de lastima e de saudade do nada existido. A ausência que tanto me inspira a versos, contradiz com a voz que nada disse, e de certo nada dirá sobre. O amadurecimento, ainda o espero, rezo em minhas caminhadas ao observar as flores que desabrocham tão linda em suas cores profundas do encanto da vida, pelo esquecimento dessa paixão. Agora estou tentando mudar a frequência, suavizar e assim recomeçar a viver, não quero fazer o que não fiz, quero apenas fazer, para que depois o arrependimento não venha, a culpa de dizer: porque não fiz?


Obs: esse post me sugeriu um trecho do livro Manuelzão e Miguilim de João Guimarães Rosa:


"Miguilim, Miguilim, vou ensinar o que agorinha eu sei, demais: é que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro!"


                                                                   Mamilo